A
Tradição Yorùbá dá grande valor às rezas, crendo que a conjunção dos sons
que elas emanam, quando são recitadas, são carregadíssimos de energia, que
farão movimentar os objetivos pretendidos. Elas revelam feitos e
características dos Òrìsàs e fornecem orientações para a conduta dos
seguidores da Religião. Através das rezas pode-se fazer pedidos aos Òrìsàs,
agradá-los ou aplacar sua ira. Todas estas formas poéticas orais estão cheias
de metáforas e símbolos.
Reza é uma conjunção de frases
pré-estabelecidas que se recite costumeiramente decoradas, direcionadas a Deus
ou às Suas divindades, muitas vezes engrandecendo seus feitos e direcionamos
para determinado objetivo específico. A Religião dos Òrìsà não reza diretamente
para Olódùmarè (Deus), pois se crê que ELE é um ser de um poder
muito grande, incalculável, e por isso é preservado. Para ouvir e atuar
diretamente na vida dos homens Ele criou seus emissários, os Òrìsàs, cabendo a
estes a missão de zelar por tudo que se relaciona com as necessidades humanas.
Oração é a conversa, o diálogo íntimo com
Deus, através de Suas divindades, sem frases pré-determinadas.
Estes textos, milenares, dividem-se em:
OFÓ – Literal “Feitiço ou poder
sobrenatural que dá alivio instantâneo à dor”. São palavras mágicas –
encantamentos, que possuem em si uma mensagem mágica, ao ser recitado ativo o
poder dos preparados mágicos ou medicinais.
ÀDÚRÀ – Literal “Súplica“. São saudações,
visam obter as graças dos Òrìsàs e os direciona aos elementos por eles
dominados.
ORÍKÌ - chamado – convite – É a contração
das palavras orí / origem + kí / saudar ou louvar. São
evocações e servem para louvar e evocar a presença dos Òrìsàs, assim como
facilita o acesso ao auxílio que pode ser prestado pela Força Deles. Oríkì detém
em si mesmo uma força mágica. Relata fatos ou feitos, de um indivíduo, família,
cidade, e não só dos Òrìsàs. Transmitem informações, características, virtudes
e fraquezas dos seres ou daquilo que constitui seu tema. Podem relatar fatos
relacionados com o nascimento de crianças. Exemplo é o caso de gêmeos, daqueles
que tem o cordão umbilical enrolado no pescoço ou que os pés venham ao mundo
primeiro. Há também Oríkì para animais. A tradição Yorùbá atribui
grande valor para a recitação dos Oríkì e acredita que ele sempre causa
grande emoção a quem se refere. É indispensável para se fazer qualquer pedido
aos Òrìsàs. As pessoas incorporam inevitavelmente ao ouvir a recitação de um
Oríkì de seu Òrìsà.
ÌJÀLÁ ODE - São formas de recitar os
oríkì, meio que cantaroladas, referindo-se somente aos caçadores, em especial à
Ògún.
EWI ESA - É outra forma de recitação
parecida com o oríkì, porém usada somente nos Cultos de Egúngún.
ORIN – Literal “Cantar” – São
cantigas com formas mais brandas de louvação, empregados em festejos ou
celebrações para um, ou vários Òrìsàs. Possui parte da carga informativa do Oríkì e
é intermediário entre ele e as àdúrà.
ÌYÈRÈ IFÁ – São constituídos de partes de um Odù + Oríkì de Ifá,
que o Bàbáláwo faz uso nas cerimônias de batizados, casamentos, enterros e
outras ocasiões especiais. Muitas pessoas costumam confundir Rezas com Orações.
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