domingo, 22 de abril de 2012

ÒGÚN


ÒGÚN é a divindade do ferro e de tudo que deste metal deriva, protege todos os trabalhadores que fazem o uso de suas ferramentas. ’’Ògún é guerreiro impiedoso e vencedor``. É o òrìsà da tecnologia, devido às suas habilidades em que a arte e a inteligência sobressaem. Filho mais velho de Oduduwá, o fundador da cidade de Ìle Ifé. Era um temível querreiro e grande conquistador, que brigava sem cessar contra reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra várias cidades destruindo-as. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-o da cidade de Ire. Em sua dança gesticula o uso da espada, sempre certeira, temida e respeitada por todos, pois Ògún é explosivo, de pavio curto. Òrìsà da estrada é quem abre os caminhos. Ògún é considerado o Asiwaju ( o que vai na frente ) dos outros Òrìsàs. Segundo alguns itans, Ògún e Osoosí seriam irmãos, e Ògún o irmão mais velho teria ensinado Osoosí a caçar, para que esse pudesse sobreviver nas matas. Outra associação que fazemos a Ògún é o mariwo, que é a folha do dendezeiro, que desfiamos em homenagem ao Òrìsà, e colocamos em cima das portas da casa, para que afaste energias negativas. O mariwo é tão importante, pois segundo fontes, foi através dos dendezeiros que os Òrìsàs teriam descido a terra, durante a criação.

Um Itan de Ifá, explica como o número 7 foi relacionado a Ògún e o número 9 a Òyá. Conta a lenda: “Òyá era companheira de Ògún antes de se tornar a mulher de Sàngó. Ela ajudava o Deus dos ferreiros nos seus trabalhos; carregava docilmente seus instrumentos, da casa à oficina, e aí ele manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia, Ògún ofereceu a Òyá uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, e que tinha o dom de dividir em sete partes os homens e em nove as mulheres que por ela fossem tocados no decorrer de uma briga. Sàngó gostava de vir sentar-se à forja a fim de apreciar Ògún bater o ferro e, frequentemente, lançava olhares Òyá; esta, por seu lado, também o olhava furtivamente. Sàngó era muito elegante, muito elegante mesmo, Seus cabelos eram trançados e usava brincos, colares e pulseiras. Sua imponência e seu poder impressionaram Òyá. Aconteceu, então, o que era de se esperar: um belo dia ela fugiu com ele. Ògún lançou-se a sua perseguição, encontrou os fugitivos e brandiu sua vara mágica. Òyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E, assim Ògún foi dividido em sete partes e Òyá em nove, recebendo ele o nome de Ògún Mejé e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe (transformada em) nove. Os lugares consagrados a Ògún ficam ao ar livre, na entrada dos palácio dos reis e nos mercados. Estão presentes também na entrada nos templos de outros òrìsàs.

A vida amorosa de Ògún foi muito agitada. Ele foi o primeiro marido de Òyá aquela que se tornaria mais tarde mulher de Sàngó. Teve também relações com Òsún antes que ela fosse viver com Osoosì e com Sàngó. E também com Oba, a terceira mulher de Sàngó. Os oríkì de Ògún demonstram seu caráter aterrador e violento: “Ògún que, tendo água em casa, lava-se com sangue”. Os prazeres de Ògún são os combates e as lutas.   Ògún come cachorro e bebe vinho de palma. Ògún, o violento guerreiro, O homem louco com músculos de aço, o terrível, que se morde a si próprio sem piedade. Ògún que come vermes sem vomitar. Ògún que corta qualquer um em pedaços mais ou menos grandes.  Ògún, tu es o medo na floresta o temor dos caçadores. Ele mata o marido no fogo e a mulher no fogareiro. Ele mata o ladrão e o proprietário da coisa roubada e aquele que critica esta ação.

Símbolos sagrados de Ògún

Mariwo- folha extraída da palmeira do coqueiro de dendê
Emu- alicate usado nos assentamentos e pelos ferreiros
Ida- espada de ferro
Ada- facão.
Oolu- martelo
Opa Ògun- bastão de ferro revestido com contas multicoloridas. Somente os pertencentes a mais alta hierarquia têm o privilegio de carrega-lo
Obe-faca
Agogô- sino forjado em ferro
Ota Ògun- pedra sagrada
Awe- pote de barro sagrado que contém água

Característica dos filhos de Ògún

O arquétipo de ògún é o das pessoas violentas, briguentas e impulsivas, incapazes de perdoarem. Os filhos deste Òrìsà tem mania de perseguição, tem sempre algumas tendências com alguns vícios, (não é uma regra), com: bebidas, jogatinas e até mesmo o tabaco. Das pessoas que perseguem energeticamente seus objetivos e não desencorajam facilmente. Daquelas que nos momentos difíceis triunfam onde qualquer outro teria abandonado. Das pessoas que possuem humor mutável, passando por furiosos acessos de raiva ao mais tranquilo dos comportamentos.  Finalmente, é o arquétipo das pessoas impetuosas e arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por uma certa falta de discrição quando lhe prestam serviços,  mas que,  devido à sinceridade e fraqueza dê suas intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas. Gastam aqui o que ganham ali. Geralmente são de estatura média para alta.

Èèwò( kizila)
Cobra, cabeças de animais em cima do seu assentamento, panelas, cabaças cortadas ou quebradas, colheres de pau, faca sem fio (cega), chifre de Búfalo, manga espada, assobio.

Os adimus ( agrados ) de Ògún
Todas as caças, principalmente o Aja (cachorro ), Obuko (cabrito), Agutan (carneiro), Okin (pavão), Eku (preá), Njoro (coelho), Iyan –Dindin (bolos de inhame fritos no Epo), Emù-ogurò (vinho de palma), Sekete (cerveja de milho ou qualquer outra), Obi abata, franjas de Mariwo, inhame assado, banana ouro, Èré (feijões)  etc.


Ewé ògún
Picão, cambará, erva do diabo ou figueira do inferno, aroeira vermelha, dormideira, pimentas, arruda, olho de gato, carrapicho, tiririca, alfavacão, perpétua, sapê, cansanção, trombeta roxa, urtiga, maconha, branda fogo, vassourinha, mamona vermelha, corredeira, coroa de cristo, cana de açúcar, arrebenta cavalo, bico de papagaio, azevinho, caruru, comigo ninguém pode , assafética, erva de bicho, losna, hortelã pimenta, cacto, fortuna, babosa, assa peixe, fedegoso, Jamelão, jurubeba, sempre viva, tinhorão roxo, peregun, espada de são jorge. 

Oríkì Ògún

Ògún laka aye
Osinmole
Olomi nile fi eje we
Olaso ni le
Fi imo bora
La ka aye
Moju re
Ma je ki nri ija re
Iba Ògún
Iba re Olomi ni le fi eje we
Feje we. Eje ta sile. Ki ilero
As
é.

 tradução:
Ogun poderoso do mundo
O próximo a Deus
Aquele que tem água em casa, mas prefere banho com sangue
Aquele que tem roupa em casa
Mas prefere se cobrir de mariô
Poderoso do mundo
Eu o saúdo
Que eu não depare com sua ira
Eu saúdo Ogun
Eu o saúdo, aquele que tem água em casa, mas prefere banho de sangue
Que o sangue caia no chão para que haja paz e tranquilidade
Axé

ÒGÚN Yêêê! 

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