sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Ebós Oferenda e Sacrifícios


Nos mais antigos tempos da raça humana, as pessoas tentavam barganhar; negociar com  as suas Divindades, através dos sacrifícios. Não sendo indiferentes as dificuldades da vida, era fácil entender que o sacrifício era algo que um Deus apreciaria ( a palavra sacrifício, significa: " SACRO OFÍCIO "  ou seja: trabalho sagrado ou trabalho dos Deuses ). Para uma Divindade protetora do rebanho de cabras, por exemplo, era apropriado sacrificar o mais perfeito cabrito ou carneiro. Para o Deus do plantio de inhame, era apropriado o maior e mais perfeito inhame da colheita. Todas as Divindades apreciavam alimentos, pois se acreditava que viviam na parte espiritual dos mesmos- o grande espírito ancestral da terra. Como apenas a energia espiritual do alimento, fosse para o Deus ofertado, a tribo não só podia como deveria comer a  oferenda. Compartilhar com seus irmãos, do alimento sagrada junto a Divindade. Com o tempo, os antigos sacerdotes puderam perceber qual era a oferenda mais indicada, para se conseguir o fim que se esperava o mais rapidamente possível. Na verdade a ideia em que se baseia o sistema de oferendas, vem de um sistema de escrita, que como toda linguagem,possui fundamentalmente o objetivo de transmitir mensagens (neste caso, "sacro ofício"- sacrifício, era a mensagem destinada exclusivamente aos Deuses ). Vejamos melhor estes conceitos: Apesar da ciência dita "oficial" , afirmar que os antigos Negros não possuíam nenhum sistema de escrita, o que os caracterizava como algo próximo aos animais, na verdade, os antigos Africanos da raça Negra, possuíam sim, não um , mas vários sistemas de escrita, como o sistema ideográfico ( símbolos visuais capazes de transmitir ideias, como por exemplo: as onifás do Oráculo de Ifá ) e entre outros, utilizavam-se muito de um sistema chamado escrita fonológica, um exemplo bem claro está no aròkó yorùbá, um sistema complexo utilizado por líderes militares, Reis e príncipes, o qual se consistia de arranjos de búzios e determinadas penas que construíam, às vezes uma representação silábica e portanto fonológica das palavras. A escrita fonológica representa graficamente os sons da linguagem (fonemas ou sílabas) e não envolve a prática das oferendas (sacrifícios) dentro da cultura Yorùbá, está intimamente ligada à ideia da escrita fonológica, como veremos; TODA OFERENDA É SEMPRE UMA TRANSMISSÃO DE MENSAGEM, ATRAVÉS DE PENSAMENTOS, SONS E ELEMENTOS MATERIAIS, seja estes elementos unidos ou separados. Dentro do sistema de oferendas os Ofòs (encantamentos) dos materiais, diziam os antigos sacerdotes que cada pensamento de um Orí (cabeça física e espiritual) tem um som especial, o qual equivale a uma forma; com pensamento, som e movimento, aquele que conhecesse a técnica, poderia quebrar ossos, provocar incêndios, destruir órgãos de um inimigo e também curar os doentes e fazer grandes benefícios. Um nome  (pensamento e som), poderia ser uma palavra mortal, principalmente se acompanhada de seu elemento físico (oferenda), em seu pensamento, som, forma e movimento. Por isto é importante perceber, o quanto pode ser difícil e ao mesmo tempo importante, a prática correta de uma boa oferenda, para que se tenha um resultado final e objetivo no que se busca. Que os bons pensamentos, seja nossa oferenda inicial aos Òrìsàs da sabedoria, que Òrúnmìlà, nos oriente a cada dia somar mais e mais conhecimentos espirituais e a desenvolver o bom caráter, até porque só ganha presentes o que merece, QUE SEJAMOS MERECEDORES DE RECEBER AS BENÇÃOS AOS OLHOS DE ÒLÓDUMÀRÉ, QUANDO O MENSAGEIRO LÁ ENTREGAR ,NOSSOS PEDIDOS, DESEJOS E AGRADECIMENTOS.

ASÉ IRE... OOOO!

Um comentário:

  1. Parabéns pela escrita. Cheguei hoje e já estou encantada.

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