Nos mais antigos tempos da raça humana, as pessoas tentavam
barganhar; negociar com as suas Divindades, através dos sacrifícios. Não
sendo indiferentes as dificuldades da vida, era fácil entender que o sacrifício
era algo que um Deus apreciaria ( a palavra sacrifício, significa: " SACRO
OFÍCIO " ou seja: trabalho sagrado ou trabalho dos Deuses ). Para
uma Divindade protetora do rebanho de cabras, por exemplo, era apropriado
sacrificar o mais perfeito cabrito ou carneiro. Para o Deus do plantio de
inhame, era apropriado o maior e mais perfeito inhame da colheita. Todas as
Divindades apreciavam alimentos, pois se acreditava que viviam na parte
espiritual dos mesmos- o grande espírito ancestral da terra. Como apenas a
energia espiritual do alimento, fosse para o Deus ofertado, a tribo não só podia
como deveria comer a oferenda. Compartilhar com seus irmãos, do alimento sagrada
junto a Divindade. Com o tempo, os antigos sacerdotes puderam perceber qual era
a oferenda mais indicada, para se conseguir o fim que se esperava o mais rapidamente
possível. Na verdade a ideia em que se baseia o sistema de oferendas, vem de um
sistema de escrita, que como toda linguagem,possui fundamentalmente o objetivo
de transmitir mensagens (neste caso, "sacro ofício"- sacrifício, era
a mensagem destinada exclusivamente aos Deuses ). Vejamos melhor estes
conceitos: Apesar da ciência dita "oficial" , afirmar que os antigos
Negros não possuíam nenhum sistema de escrita, o que os caracterizava como algo
próximo aos animais, na verdade, os antigos Africanos da raça Negra, possuíam
sim, não um , mas vários sistemas de escrita, como o sistema ideográfico (
símbolos visuais capazes de transmitir ideias, como por exemplo: as onifás do
Oráculo de Ifá ) e entre outros, utilizavam-se muito de um sistema chamado
escrita fonológica, um exemplo bem claro está no aròkó yorùbá, um sistema
complexo utilizado por líderes militares, Reis e príncipes, o qual se consistia
de arranjos de búzios e determinadas penas que construíam, às vezes uma
representação silábica e portanto fonológica das palavras. A escrita fonológica
representa graficamente os sons da linguagem (fonemas ou sílabas) e não envolve
a prática das oferendas (sacrifícios) dentro da cultura Yorùbá, está
intimamente ligada à ideia da escrita fonológica, como veremos; TODA OFERENDA É
SEMPRE UMA TRANSMISSÃO DE MENSAGEM, ATRAVÉS DE PENSAMENTOS, SONS E ELEMENTOS
MATERIAIS, seja estes elementos unidos ou separados. Dentro do sistema de
oferendas os Ofòs (encantamentos) dos materiais, diziam os antigos sacerdotes
que cada pensamento de um Orí (cabeça física e espiritual) tem um som especial,
o qual equivale a uma forma; com pensamento, som e movimento, aquele que
conhecesse a técnica, poderia quebrar ossos, provocar incêndios, destruir órgãos
de um inimigo e também curar os doentes e fazer grandes benefícios. Um
nome (pensamento e som), poderia ser uma palavra mortal, principalmente
se acompanhada de seu elemento físico (oferenda), em seu pensamento, som, forma
e movimento. Por isto é importante perceber, o quanto pode ser difícil e ao
mesmo tempo importante, a prática correta de uma boa oferenda, para que se
tenha um resultado final e objetivo no que se busca. Que os bons pensamentos, seja
nossa oferenda inicial aos Òrìsàs da sabedoria, que Òrúnmìlà, nos oriente a
cada dia somar mais e mais conhecimentos espirituais e a desenvolver o bom caráter,
até porque só ganha presentes o que merece, QUE SEJAMOS MERECEDORES DE RECEBER
AS BENÇÃOS AOS OLHOS DE ÒLÓDUMÀRÉ, QUANDO O MENSAGEIRO LÁ ENTREGAR ,NOSSOS
PEDIDOS, DESEJOS E AGRADECIMENTOS.
ASÉ IRE... OOOO!
Parabéns pela escrita. Cheguei hoje e já estou encantada.
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