Erínlè é uma divindade
Yorubá cujo culto se localiza junto do rio com o seu nome, um afluente do rio Òsùn
que atravessa Ìlobùú, uma cidade do sul da Nigéria Ocidental, Ogbomoso e Osógbo.
Òrúnmìlà consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir-se a um país
de vales. Os adivinhos lhe disseram: “Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom
amigo”. “Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja
feliz.” Òrúnmìlà fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios da costa. Quando ele chegou lá, quando Òrúnmìlà chegou naquele país de
vales, ele tomou-se amigo de Erínlè.
Erínlè é um
caçador.
Erínlè é
também um guerreiro.
Erínlè é, além de tudo, um òrìsà.
Esta amizade foi grande.
Erínlè tomou dinheiro emprestado a
Òrúnmìlà.
O montante deste
empréstimo foi de doze mil búzios.
Quando chegou a
hora de Òrúnmìlà retornar à casa de Ifé,
Erínlè teria de reembolsar o empréstimo. Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu
vergonha e foi consultar Ifá:
"Onde poderei encontrar este
dinheiro?"
Os adivinhos lhe
aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de búzios
da costa. Erínlè exclamou:
“Ahl Já devo doze mil búzios”!
Onde poderei
encontrar todas estas coisas?"
Erínlè tinha
um talismã nas mãos. A qualquer momento ele poderia, graças a este talismã,
transformar-se em água. Quando ele assim o
desejasse.
Erínlè foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o
talismã no chão e entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água. Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles
foram consultar Òrúnmìlà para que ele examinasse o caso. Òrúnmìlà lhes disse:
“Façam oferendas para encontrar vosso
pai”. Talvez não o vereis mais, mas encontrarão um sinal dele."Disse-Ihes,
ainda, que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete galos e vinte e um sacos de búzios da cota.
Os filhos de Erínlè fizeram as oferendas. Òrúnmìlà lhes dissera, também, que deveriam ir com os carneiros, os cães e os galos,
chamar pelo pai e eles foram. Percorreram todos os lugares onde Erínlè
costumava ir. Quando chegaram ao local onde Erínlè entrara
terra adentro, encontraram seus
instrumentos de caça: fuzil, lança, arco e flechas. Todo o
material que ele usava para caçar. E, bem
no meio disso tudo, eles viram a jarra
com água. Esta água começou a escorrer. Esta
água era abundante. Os filhos
saudaram o pai assim:
"Oh! , Erínlè o
caçador, retorne à casa!
Nós oferecemos carneiro, cachorro e galos!
“E chamaram Erinlê, sem descanso”.
Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de casa. Erínlè lhes disse para deixar os galos livres, no
lugar onde os encontraram. Os galos que
naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erínlè cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa
matá-los. Certa vez, pessoas ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. Desde
que o prato estivesse pronto,
os galos saltavam
da tigela, batiam novamente suas asas - Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore Akô, cantando de novo seu cocoricô!
No mesmo momento
em que, o Erínlè rio, se pôs a
correr, Òsún preparava-se para partir da cidade de Ijumu. Ela também se pôs a
correr. E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito ,estes rios é suave - eles estão felizes.
Suas águas formaram um grande rio e o curso de ambos tomou-se um mesmo. Juntos,
eles correm para a lagoa.
Lendas Africanas dos Orixás,
PierreVerger/ Carybe e Corrupio.
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