domingo, 20 de maio de 2012

ERVAS I

ÈGÙNMÒ (Erva Moura)
Usada na iniciação dos filhos de Obaluaiyé e Nàná e, na consagração de seus objetos rituais e sacudimentos.
Planta consagrada a Obaluaiyé, associada ao elemento Terra. Propriedade gún e característica masculina.
ÈGÉLE (Erva de Santa Luzia)
Esta planta é atribuída a Òsun e utilizada em banhos purificatórios e no àgbo ou simplesmente abô, Água Sagrada (denominar a mistura de folhas sagradas) Tem a finalidade de atrair prosperidade.
As folhas são considerada gún.
ÈGÉ (Mandioca)

Com a farinha de mandioca, prepara-se o padé (diversos tipos de farofas) que é indispensável nas oferendas aos Òrìsàs. O ebá,(pirão de farinha de mandioca ou inhame) serve para forrar a gamela onde é colocado o amalá oferecido a Sàngó.
As bolas de farinha feitas com dendê ou água são com frequência utilizada em ebó para Èsú.
As bolas de farinha com água e, com um pequeno pedaço de carvão vegetal encima, são oferecidas para Égún. Com a raiz se faz trabalho para Òsàlá acalmar alguém.
“A raiz da mandioca que possui uma forma alongada está associada à Èsú, e assim como as folhas, são masculinas”. É um vegetal gún associado ao elemento Fogo

EFÍNRÍN PUPA (Manjericão Roxo)

Esta planta atrai bem estar, fartura e prosperidade.
Usada no Abo e em banhos para prosperidade. Está associada à Sàngó e Òsàgiyán.
DÀGÌRÌ DOBO (Dama da Noite)
Tem a função de facilitar o transe, tirar a consciência mediúnica e acalmar o ori do iniciado. Está associada a Òsàlá e Yemonjá por isto é utilizada para todos os Òrìsàs.
BÒTÚJÈ PUPA (Pinhão-Roxo)
Os galhos são usados em sacudimentos e para rezar pessoas. As folhas são empregadas em banhos específicos para pessoas de Ògún, e Oyá.
Folha com característica gún.
ARÚN SÁNSÁN (Erva de São João)

Usada nos fundamentos de iniciação das pessoas de Sàngó, e por extensão para todos os Òrìsàs do fogo. Entra no àgba, banhos de defesa, sacudimentos e trabalhos de proteção. Considerada como uma folha de defesa e proteção. Tem a função de cortar maldições e feitiços.
Características masculinas e gún, ligada ao compartimento Fogo.
APÈJÈ (Dormideira)

Utilizada em trabalhos com Oyá e Èsú, e no preparo de atin (pó) com a finalidade de afastar de casa pessoas inconvenientes.
Seu nome (apèjè) significa “Matando o sangue”
ÀLÙBÓSÀ (Cebola)

A cebola branca é utilizada para temperar as comidas de todos os Òrìsàs e a roxa costuma ser usada para Èsú. O bulbo é oferecido ao Orí (cabeça) com a função de acalmar e dar tranquilidade as pessoas que se encontram muito agitadas ou com algum tipo de perturbação na mente.
Funciona como oráculo em substituição ao obí por ocasião de oferendas ou sacrifícios.
Ligada ao elemento Água, embora suas folhas tenham forma masculina, considera-se o seu bulbo que é feminino e eró.

Folha para banhos, sacudimento e trabalhos diversos. Folha usada para Yemonjá (de flor branca) e para Oyá (de flor rosa) Seu nome significa “Pequeno chapéu”
ABERE OLOKO (Picão da Praia)
Usada para assentar Èsú, no preparo de pós (Atin) com finalidade maléfica. Folha gún (excitante). Seu nome nagô significa “agulha do campo” devido o formato de suas sementes. Usada medicinalmente para combater hepatite e icterícia.

AKÒKO (acocô)

Nos rituais de iniciação, no àgbo, em banhos para todos os iniciados, sacralização dos objetos rituais dos Òrìsàs e para lavar o jogo de búzios.
O akòko tem a função de concretizar os trabalhos feitos e serve para coroar obrigações e assentamentos. É uma folha associada à realeza daí ser chamada de "a folha dos reis".
Espalhadas no chão do barracão em dia de festa, atrai prosperidade.
A árvore é decorada com uma faixa de tecido branco (Öjá) por ser considerada sagrada. Segundo a tradição yorubá seu tronco não pode ser ferido por machado, faca ou objetos de ferro. É utilizadas para todos os Òrìsàs.

ABÀFÉ (Pata de Vaca)

terça-feira, 15 de maio de 2012

OFÓ - Palavras de poder

Ofós são as rezas para Òsányìn com a intenção de despertar o asé contido nas folhas e esse ritual pode ser cantado em vários momentos do culto à òrìsà. Esse ritual tem sequencia, e cada folha tem seu Ofó cantado e relacionado aos òrìsàs correspondentes. Pode-se observar, às vezes, que nem todas as espécies de folhas cantadas se encontram presentes no momento do ritual. Porém, o fato de louvá-las faz com que as suas substitutas exerçam o mesmo papel. O uso mágico das folhas na religião yòrubá sempre vem acompanhado de expressões de encantamentos que visam despertar o àse das folhas utilizadas. Palavra falada que se acredita possuidora de força mágica ou capaz de produzir efeitos mágicos, Estes encantamentos são chamados ofó.
Ofó é um aspecto oral de magia Africana, que requer proferindo palavras, uma falha menor em reditar pode renderizar um ófò ineficaz. Ofó são usados ​​em esfera, quase cada de atividade boa, uma para a proteção contra forças do mal ou, a fim de alcançar o sucesso. Baseado em critérios funcionais
OFÓ  -  Forca da palavra:
Oríkì (do yorùbá, orí = cabeça, kì = saudar) são versos, frases ou poemas que são formados para saudar o orixá. Se um oríkì não conseguiu alcançar o efeito desejado, às vezes é necessário elevar o nível de ASÉ chamando o Òrìsà por um nome de louvor. Os nomes de Elogios são chamados asé ofó em yorùbá, que significa "palavras de poder".
 ofó iba para o pagamento de homenagem
 ofó afose para a tomada de o que é dito acontecer
 ofó aforan para escapar de infortúnios
 ofó afero para atrair clientes
 ofó Aparo para contrariar veneno
 ofó arobi para expurga calamidades
 ofó awure para a sorte boa
 ofó isoye para ativar memória
 ofó maadarikan para a auto defesa

Ofó Ase Osun

Osun-oyeyeni-mo
Espírito do rio está cheio de compreensão
Amo-awoma-ro
Espírito que não revela seus mistérios
Ore yeye
mãe Clemente
Yeye-onikii-Obalodo
Graciosa mãe, a rainha do rio.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

EWÉ

Ewé são folhas de àse. Podemos Compará-lo a uma arma carregada. Nas mãos de um sacerdote competente, com sólida base de conhecimento do sagrado, será uma bênção de sabedoria e um acréscimo inestimável. Um presente de I! Nas mãos do sacerdote que conhece ligeiramente o I, sem, contudo entendê-lo, sem temer ofendê-lo por falta de competência sacerdotal, torna-se arriscado. É uma faca de dois gumes. Eventualmente ele pode acertar, e mais certamente irá errar. E na mão daquele que mais procura o conhecimento sagrado, justamente por não dispor de base alguma, do que quer de qualquer maneira ser, acertar, obter, Ewé é um perigo! Que Inos proteja! Há coisas que não devem ser sequer ditas, quanto mais escritas nas mãos de um Bàbáláwo, que tem um pacto com I, que fez um juramento a Òrúnmìlá, é utilizado de modo sóbrio e só quando necessário. O “Pai de santo” que não conhece caminhos, que não tem obrigações com I, que não teme ofender Òrìsà, que visa tão somente seu conforto e seu dinheiro, que deseja unicamente agradar seu cliente, nas mãos deste é uma arma carregada e perigosa. 
Ewé que contém tanto o veneno e remédio são irmãos e moram no asé da mesma folha. É desta forma que Ifá nos esclarece sobre a natureza do Òrìsà Òsányìn, o senhor das plantas medicinais e litúrgicas das matas cerradas e densas florestas. Existem diversas folhas com diversas finalidades e combinações, nomes e considerações dos nomes, fato que muito impressiona a quem as manipulam dentro de Asé. Temos que ter muitas consciências de como usá-las para que não sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos, quando colocamos o sumo da erva em contato com nosso corpo,  quando a colhemos.
As folhas nascidas das árvores e as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas podem ser múltiplos, para diversos fins. As folhas como as escamas e penas, são e representam o procriado. Elas representam o “sangue-preto”, àse do culto. Algumas dessas folhas trazem a calma ou o vigor. Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidentes.

Temos as definições das ervas na cultura Yorùbá descritas como:
AKO ABO = MACHO e FÊMEA
ÒTUN ÒS Í= DIREITO e ESQUERDO
GÚN ÈRÓ = AGITAÇÃO (quente) e CALMA (fria)
IRE – OSOGBO = POSITIVO e NEGATIVO
Apesar do àse de todas as folhas pertencer a Òsanyìn, todos os Òrìsàs possuem suas próprias folhas, algumas para usos iniciáticos, outras para banhos, outras para pós, algumas tão quentes ou tão frias, que seu uso não é recomendável, algumas somente para feitiços, etc. Cada tipo de folha pode pertencer a mais de um Òrìsà.
                            
CLASSIFICAÇÃO:1) São divididas por elementos, a saber:
EWÉ AFÉEFÉ – folhas de ar
EWÉ INÓN – folhas de fogo
EWÉ OMIN – folhas de água
EWÉ ILÉ ou IGBÓ – folhas de terra

Essa divisão remonta à classificação dos Òrìsàs por elementos, apesar de sabermos que os Òrìsàs podem ter, e efetivamente possuem, folhas pertencentes a todos os elementos. A chave é o equilíbrio. Só para lembrar, a divisão dos Òrìsàs por elementos é:

ÒRÌSÀS DE FOGO: Èsù, Ogún, sàngó, Oyá.
ÒRÌSÀS DE TERRA: Ogún, Osoosì, Obalùayé, Nàná. (lama = terra + água)
ÒRÌSÀS DE ÁGUA: yemonjá, Òsún, Nanã, Òsùmàrè, Logunedé, Obá, Yewá, Osàlà (nas chuvas finas).
ÒRÌSÀS DE AR: Oyá, Osalá (nas nuvens e no céu), Òsùmàrè (no arco íris).

Outra classificação diz respeito à polaridade das folhas, determinada normalmente por seu formato, onde temos:

EWÉ APA ÒTÚN X EWÉ APA ÒSÍ
Folhas da direita - Folhas da esquerda
Formas alongadas/fálicas
Formas arredondadas/uterinas

Ewé são distribuídas em seis categorias: 
- No uso medicinal (oògun),
- Para à gravidez e ao nascimento (ibímo)
- Na adoração das divindades (ÒRÌSÀS)
- De uso benéfico (àwúre).
- De uso maléfico (àbilú).
- De proteção contra as de uso maléfico (idáàbòbò).

Trabalhos com folhas: (somente Bàbáláwo e Ìyánifà, iniciados em Ìfá, pois tem nas mãos o asé, os cânticos e palavras de encantamento dado por Òrúnmìlá).

- Para progredir no trabalho;
- Para ter um bom parto;
- Para brotar uma boa colheita de inhame;
- Pegar ladrão;
- Conseguir um bom emprego;
- Acabar com ganância;
- Achar objetos perdidos;
- Para dormir;
- Criança crescer bem;
- Curar doenças das costas;
- Criança crescer rápido;
- Mandar diarreia e vômito para alguém;
- Mandar uma doença para fora de nós;
- Abrir caminhos;
- Fechar caminhos;
- Para deixar cair água na terra;
- Para matar o amante da esposa;
- Ganhar um processo judicial;
- Para tirar da morte;
- Para ter memória;
- Deixar ter filhos;
- Curar loucura;
- Para ter o amor das mulheres;
- Envelhecer vagarosamente;
- Boa sorte;
- Vitória sobre o inimigo;
- Para nunca faltar trabalho;
- Tratar tremores no corpo;
- Tratar dores no corpo;
- Boa saúde;
- Virilidade;
- Para proteção;
- Para à família ficar harmônica e etc..., são numerosos os conhecimentos e ensinamentos de Ifá.

Òrúnmìlà dá a Òsányìn o nome das plantas

Òtúra encontra Iká
O não iniciado desconhece
Ifá foi consultado por Òrúnmìlà
Que estava partindo da terra para o céu
Que estava indo apanhar todas as folhas
Quando Òrúnmìlà chegou ao céu
Olódùmárè disse eis todas as folhas que queria pegar
O que fará com elas?
Òrúnmìlà respondeu que iria usá-las
Para benefício dos seres humanos na terra.
Todas as folhas que Òrúnmìlà estava pegando
Òrúnmìlà carregaria para a terra
Quando chegou à pedra Àgbàasáalà
(Esta pedra está a meio caminho entre a terra e o céu)
Aí Òrúnmìlà encontrou Òsányìn no caminho
Perguntou: Òsányìn onde vai?
Este disse que iria ao céu
Disse que estava indo buscar folhas e remédios
Òrúnmìlà disse: está bem
Disse que já tinha ido buscar folhas no céu
Para benefício dos seres humanos na terra
Disse: olhe todas estas folhas
Òsányìn pode apenas arrebatar todas as folhas
Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas
Porém não conhecia seus nomes
Foi Òrúnmìlà quem deu nome a todas as folhas
Assim Òrúnmìlà nomeou todas as folhas aquele dia
Ele disse: você Òsányìn
Carrega todas as folhas para a terra
Disse, volte, iremos para a terra juntos
Foi assim que Òrúnmìlà entregou
Todas as folhas para Òsányìn naquele dia
Foi ele quem ensinou a Òsányìn o nome das folhas
Foi assim que “Òsányìn soube o nome das folhas apanhadas”

Asé asé asé.

sábado, 5 de maio de 2012

Carbono 14 e Carbono 12

Primeiro é preciso saber a diferença entre Carbono 14 (14C) e Carbono 12 (12C)

Carbono 12 é aquele encontrado na composição do diamante, do grafite, do aço, ou seja, de substâncias inorgânicas. Já o Carbono 14 está presente em tecidos vivos (de animais, plantas, e do homem). É um isótopo radioativo instável, que decai a um ritmo lento a partir da morte de um organismo vivo. O C 14 recebe esta numeração porque apresenta massa atômica 14, esta forma apresenta dois nêutrons a mais no seu núcleo que seu isótopo estável C 12. As pesquisas revelaram que a quantidade de carbono 14 dos tecidos orgânicos mortos diminui a um ritmo constante com o passar do tempo. Assim, a medição dos valores do isótopo radioativo em um objeto fóssil nos dá pistas muito exatas dos anos decorridos desde sua morte. A partir da morte de um ser vivo, a quantidade de C-14 existente no tecido orgânico se dividirá pela metade a cada 5.730 anos, é o que se chama de meia vida do carbono. Esta técnica é aplicável à madeira, sedimentos orgânicos, ossos, conchas marinhas, etc. Agora já sabemos a finalidade do Carbono 14 em achados arqueológicos.
Arqueologia da África
Ao descobrir um artefato, o arqueólogo geralmente começa a estudá-lo através de meios puramente arqueológicos, como o registro da camada em que foi encontrada, a leitura do texto que acompanha a descrição de sua forma, o cálculo de suas dimensões, etc. Os dados assim obtidos são estudados estratigráficos, filológica e tipologicamente, podendo resultar daí importantes informações no que diz respeito à idade, às origens, etc. Do artefato.
Òpá Òrànmíyàn : o grande monólito de granito com ferro incrustado na forma de botões, com 5,27 metros de altura.

Os principais agentes de deterioração dos monumentos de pedra na África são:

- Migração dos sais: Presença de água ou de umidade, os sais solúveis emigram, por capilaridade, do solo salino para a pedra dos monumentos.
- Intempéries: Na África, a pedra é muito afetada pelas excessivas variações de temperatura e umidade, que provocam a ruptura dos elementos superficiais da maioria das rochas.
Estatua da figura de um Óònì não identificado, artefato arqueológico do século XIV ou XV, achado no sitio de Ìta Yemòmó, em Ilê-Ifé. A peça esta exposta no Museu de Ife.

O sistema usado neste artefato foi o Carbono 12,  por ser uma substância inorgânica. Pesquisas feitas mostraram uma data D.C 1400
Este é o Ade principal do Óònì de Ifé, guardado em uma sala especial do Palácio Real de Ifé.  

Fragilidade dos materiais
Devido ao excessivo calor na África, os artefatos feitos de material orgânico (couro, madeira, marfim, conchas etc.) Tornaram-se extremamente frágeis. Esses materiais devem ser manuseados com máximo cuidado, para não correrem o risco de se desfazer em minúsculos fragmentos. Antes de mais nada, é preciso embrulhá-los em panos úmidos, ou tratá-los com vapor num recipiente apropriado. Só então pode ser desenrolados ou desdobrados sem risco de fragmentação.

Neste artefato foi o Carbono 14 por ter presente tecidos vivos. Pesquisas feitas mostraram uma data D.C 1200

Os artefatos que foram achados e datados pelo carbono 14, hoje estão em museus, casas de asés etc. Elas são de datas recentes, perto da longínqua História da Civilização Yoruba.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Penteados na terra Yorùbá

Penteados na terra Yorùbá
Outro costume dos Yorùbás era a raspagem da cabeça para os homens, e os penteados bem elaborados para as mulheres.
Há muito tempo, se o homem não raspasse a cabeça era sinal até de falta de higiene. Atualmente o costume ficou restrito só aos mais velhos. Só entre os haussá o costume ainda é mantido por jovens.
Somente alguns homens deixavam o cabelo crescer, e usavam penteados especiais, que os identificavam como sendo devotos dos Òrìsàs: os filhos de Sàngó, os caçadores de Ode.
Na terra yorùbá, ao se encontrar um homem com um penteado especial, deve-se lembrar de que pertence à religião dos òrìsàs.
 Cabelos de homens

Antes da colonização inglesa, os yorùbás iam raspando a cabeça à medida a que os cabelos cresciam, e espalhavam óleo na careca para ficar brilhando. Os jovens mensageiros do rei, para serem identificados, costumavam raspar um dos lados da cabeça, deixando os cabelos crescidos no outro lado. Era o chamado ìlarì.
Atualmente os homens usam o penteado que mais lhes agradar. Muitos preferem o estilo "black". Alguns usam penteados especiais, como já foi dito, por motivos religiosos.
 Cabelos de mulheres
As mulheres costumavam fazer diversos tipos de penteado. Cada estilo tinha um nome, como Sukú, Alagogo, Korobá, etc.
Há três tipos básicos mais usados:

Irun biba - o mais simples deixa os cabelos soltos. Quando a mulher está com pressa, faz o biba, porque é rápido e pode ser feito sem ajuda. Pode ser usado para sair.

Irun kíkó - cabelos presos, o penteado é executado com linha preta, para a mulher que não tem muitos cabelos. É feito com a ajuda de outra pessoa.

Irun dídì - penteado preso, mais elaborado. Algumas formas de fazê-lo:
Um dos estilos chama-se Sùkú. Os cabelos são penteados para cima e presos no alto, juntos.
Outra forma de dídí é o Pàtewo (bater palmas). O cabelo é dividido de orelha a orelha e penteado de baixo para cima dos dois lados, até se encontrarem. Quando pronto parece estar batendo palmas. É feito por profissionais.

Outro tipo é o Pánúmo (boca fechada). Abre-se o cabelo em volta da cabeça toda e penteia-se de baixo para cima e de cima para baixo, encontrando-se no meio.

Ipàko elede é o cabelo solto, todo penteado para frente.
Antigamente esses penteados eram muito usados, e até ensinados nas escolas. Depois as jovens passaram a alisar os cabelos, pela influência dos colonizadores de raça branca.
O hábito de raspar a cabeça do iyawo parece não ter nenhuma relação com este costume, pois é adotado para ambos os sexos, e simboliza o nascimento para uma nova vida, semelhante a um recém-nascido.

Trajes e Estamparias

Trajes e Estamparias Africanas
A riqueza dos trajes Africanos. O continente Africano possui uma grande variedade de línguas, costumes e religiões. Trajes pinturas corporais, tecidos e adornos. São marcas da identidade de cada grupo.  Geralmente as pinturas são usadas em cerimônias, para enfeitar o corpo ou para exibir o estilo de sua tribo, todas as pinturas tem um significado diferente. 
Vestir-se bem  é uma questão de honra para os africanos e seus descendentes. Seja para homenagear uma divindade, seja para mostrar prosperidade, é preciso estar elegante.  O charme de um traje africano esta na combinação das cores fortes ou no tom soberano no jeito de amarrar sem dar um único nó, o tecido preso à cintura não cai nem com o mais rápido movimento.
As cores vibrantes são obtidas a partir de elementos da natureza, a exemplo de plantas, terra e flores. Cada cor tem um significado.

O verde indica renovação e crescimento, em clara analogia com as matas e florestas. Amarelo é símbolo do status e serenidade, além da fertilidade e vitalidade. Azul é a presença de Deus, a onipotência do céu, ao espírito   puro  que repousa em harmonia.
O preto denota união com os antepassados. É a cor das provas, do sofrimento, do mistério, da consciência espiritual, do tempo e da existência. Vermelho é a cor da paixão, da determinação política, da vida, da paixão e do sentimento.

Os africanos, mais do que ninguém, falam através de seus panos.

Algumas vestimentas tradicionais usadas pelos povos da África:

1. Bùbá- Túnica  vestida pelos homens e mulheres na África, com tecidos leves e aberto ao lado na altura do peito. Também serve para usar como roupa de baixo. Em Angola Bùbá significa «camisa larga de panos coloridos».

2. Caftan - Túnica ampla de mangas larga vestida pelos homens no Oriente Médio.

3. Dashiki - Túnica Africana de cores fortes.

4. Djellabah - Manto ou túnica larga de corte mais justo vestida pelos homens na África, especialmente no Marrocos Moda Afro.

5. Sányinmotan – Tipo de calca apertado nas pernas. Hoje não se usa mais.

6. Aso Ìró – Tecido enrolado em torno da cintura até os pés, parecido com uma canga.

7. E outros como:  Kembe , Sìmí , Agbádá , etc.

Trajes no novo mundo:
A maioria dos estilistas usa materiais locais, junto com alguns importados. "bazim", que é um tecido de algodão com desenhos da mesma cor sempre esteve por toda parte, extensamente usado na África Ocidental. Alguns países (como Senegal e Mali) produzem "bazim", mas também é importado da Europa. Lenim, Cida e Rayon também são usados. Foi Chris Siydou, o primeiro estilista a introduzir o uso da moda de o bogolam, o tradicional "mud cloth ou tecido de lama" que usavam em Mali. Muitos seguiram usando outros materiais tradicionais, como "ráfia", pogné, índigo, etc. Agora, muitos desenhistas inovam somando outros materiais locais que, normalmente não são usados em roupas, como: palha,  conchas do mar, etc. Tudo isso dá nas roupas um aspecto colorido e típico. Desenhos são inspirados principalmente por tendências locais tradicionais. Porém, há estilistas cujo trabalho poderia ser considerado universal, às vezes com um toque africano sutil. O mercado para a moda africana ainda é incerto e frágil. Muitos africanos não estão, contudo, atento às tendências de moda dos seus respectivos países, apesar do seu número crescente de espetáculos de moda e cobertura de imprensa. Devido à situação econômica e financeira de países africanos ocidentais, a maioria das pessoas não pode usufruir dessa moda devido aos preços relativamente altos de roupas de designer. Os estilistas precisam dar mais publicidade ao trabalho deles, e baixar os preços para encorajar que mais pessoas comprem seus produtos; poucos puderam ser reconhecidos internacionalmente.
Só agora que o número crescente de estilistas está sendo convidado a participar em espetáculos na moda da Europa, Ásia, EUA, e Canadá.
Pouco da moda africana é conhecido na América Latina.

Alguns utensílios africanos:

A Capulana é um xale usado na indústria tradicional de Moçambique. Hena nas mãos e nos pés: hena é um tipo de pintura decorativa e foi difundida na África e na Índia.
Colares de contas: esses colares são usados pelas mulheres, o número de colares que elas usam indica a posição social nos seus grupos.

Plumas na cabeça: os homens usam as plumas para irem a guerras e cerimônias.

Túnicas e turbantes: os Bérberes beduínos usam um traje clássico, uma túnica simples, contrastando com o turbante azul-escuro.

Batique africano: o batique é um tipo de pintura que na qual se usa cera e pigmentos para desenhar e tingir os tecidos.

Vestidos com babados: as mulheres do povo Himba usam esses vestidos como símbolo de suas identidades. Hena nas mãos e nos pés.
No nordeste da África, as mulheres Rashaidas, que habitam na Sumária, vestem-se de véus e túnicas devidas á influência muçulmana. Elas usam delicadas joias de prata e no rosto véus bordados elaboradamente. A pintura em hena decora mãos e pés. Esse tipo de pintura decorativa é difundido na África e na Índia.

Na África, o hábito de comprar um tecido e levá-lo para os profissionais que o cortam e costuram ao seu modo ainda é preservado, assim como foi comum em um Brasil não muito distante. Todos encomendam roupas, dos mais ricos aos mais pobres. Também é bastante comum à compra de roupas de segunda mão. A prática de mandar fazer vestidos, saias e blusas são tão comuns que, nas feiras-livres, veem-se homens e mulheres com máquinas de costura sentadas no chão à espera de clientes que chegam com croqui na mão. Eles também têm catálogos com desenhos que são propostos pelas africanas.