ÒSSÁNYÌN, divindade das plantas medicinais. A
sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença,
sendo ele o detentor do àse (o poder), imprescindível. Seu símbolo é uma haste
de ferro, tendo na extremidade superior, um pássaro em ferro forjado; esta
mesma haste é cercado por seis outras dirigidas em leque para o alto. O pássaro
é representação do poder de ÒSSÁNYÌN. É o seu mensageiro que vai a toda parte,
volta e se empoleira sobre a sua cabeça, para lhe fazer o seu relato.
A colheita das folhas deve ser feita com
extremo cuidado, sempre em lugar selvagem, onde as plantas crescem livremente.
Aquelas cultivadas no jardim devem ser desprezadas porque ÒSSÁNYÌN vive na floresta,
em companhia de ÀRÒNÌ, um anãozinho que tem uma única perna e fuma um cachimbo
feito de casca de caracol.
Os OLÓÒSANYIN, adeptos de ÒSSÁNYÌN, são
também chamados ONÍÌSÈGUN, curandeiros, em virtude de suas atividades no
domínio das plantas medicinais. O encarregado da coleta das ervas, devem
fazê-lo no estado de pureza, abstendo-se de relações sexuais na noite precedente,
e indo à floresta sem dirigir a palavra a ninguém. Além disso, devem ter
cuidado em deixar na entrada da floresta, algumas moedas no chão, juntamente
com um pouco de cachaça, mel, fumo de rolo – como pagamento para o dono das
folhas.
Os nossos irmãos distante, tem costume de instalar
em cada bairro da cidade um cirurgião africano, cujo consultório, bem conhecido,
é simplesmente na entrada de uma venda. Generoso consolador da humanidade negra,
á suas consultas de graça, mas como os remédios recomentados contém sempre
algum preparo complicado, fornece os medicamentos e cobra por eles. Além do
procedimento formal de coletar os vegetais de maneira adequada, o horário é
também de fundamental importância. As folhas devem ser colhidas
preferencialmente pela manhã, bem cedo. Caso a necessidade obrigue a coleta
noturna – será necessário acordar a folha, que será colocada na palma da mão, uma
por uma, dando três tapinhas e dizendo três vezes, ’’acorda’’. Há, ainda, dentro
do fator horário, outro aspecto a ser considerado, qual seja a muda
de’’senhor’’, por exemplo; - algumas ervas de ÒGÚN quando coletadas após o
meio- dia,passa a ser de ÈSÚ.A palavra cantada ou falada ,assume um papel
relevante: ela é portadora e desencadeadora de ÀSE. Os grãos de pimenta da costa
(ataare) que são mascados na entrada do mato se destinam a reforçar tanto o
poder da fala, quanto o de coletor. Quanto mais o Àse daquele que transmite é poderoso,
mais as palavras preferidas são atuantes e mais ativos os elementos que manipula.
Cantar ou chamar as folhas pelas denominações corretas em yorùbá não se prende
somente ao ritual de coleta das espécies; este mesmo procedimento deve ser seguido
em todos os outros momentos nos quais as folhas estão presentes, nas lavagens
de contas, obtenção de um colar consagrado ao òrìsà dono da cabeça etc.
Ewé njé Oògún njé Oògún tikó jé
Ewé re í kò pé
As folhas
funcionam. Os remédios funcionam. Remédio que não funciona é que tem folha
faltando.
ÈJÉ EWÉ (sangue das folhas)
O sumo das folhas é um dos àses, mais
poderosos que traz em si o poder do que nasce e do que advém. Todas as folhas, são
pertencentes à ÒSSÁNYÌN, e elas são divididas em GUN X ÈRÒ.
Èèwò (tudo aquilo
que provoca uma reação ao àse). São energias negativas, podem estar em alimentos,
cores, situações, animais e até mesmo na própria natureza. ÒSSÁYÌN tem èèwò com
raízes e peixe de pele.
Os adimus ( agrados ) de ÒSSÁNYÌN
Farofa de mel;
acaçá; fumo de rolo e meladinho de cachaça de mel.
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