segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EFÍNRÍN



EFÍNRÍN KÉKERÉ
Nome popular: Manjericão da Folha Miúda

Usada nos rituais iniciáticos, àgbo e em banhos purificatórios.  As folhas secas são empregadas em defumadores. Maceradas e misturadas a outras é utilizada como “proteção contra feitiços, inveja e mau-olhado”. Suas folhas são usadas em banho para todos os Òrìsàs. Suas folhas são idêntica a do efínrín ata, porém, em proporção bem menos. Possui as mesmas finalidades do efínrín ata (manjericão de folhas largas ou grande).

Uso em Ìfá:
Ao banho feito com suas folhas, adiciona-se o ìyîròsùn onde foi riscado e recitado o odu Èjìogbè, com a finalidade de conseguir um amor.

EFÍNRÍN ATA
Nome Popular: - Manjericão de Folha Larga ou Grande
Pertencentes aos òrìsàs: Obàtálá e Yemojá.

É utilizada no àgbo e banhos diversos para todas as pessoas. Considerada como planta de defesa e prosperidade. É indicada para banhos em criança recém nascidas com quebranto e insônia.

Uso em Ìfá:
Tratar de varíola, vertigem, doença de criança e para tratar tontura. Outros nomes yorùbá: efínrín wéwé, efínrín àjà, efínrín marúgbýsányán e arùntantan.



EFÍNRIN PUPÁ
Nome popular: Manjericão roxo
Pertencentes aos òrìsàs: Sòngó, Oya Yánsàn , Ògiyán, Obalúayé

Usada no Àgbo e em banhos para prosperidade. Planta atrai bem estar, fartura e prosperidade. É bastante utilizado nos banhos de sacudimentos e limpezas. Também ajuda afastar espíritos perturbadores do ambiente. Deve-se cultivá-lo sob sol pleno, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Pode ser plantado em vasos, ou diretamente em canteiros adubados. Suas pequenas flores atraem abelhas e o lugar ideal para o plantio do manjericão é próximo à cozinha, onde ficará disponível ao cozinheiro. Não tolera frio, geadas ou calor excessivo. Aprecia o clima subtropical, tropical e mediterrâneo. Não suporta muitas colheitas subsequentes, exigindo o replantio. Multiplica-se facilmente por estacas de ponteiro, postas a enraizar na primavera ou por sementes. O alimento também é anti-inflamatório, estimulante digestivo, calmante e previne problemas digestivos e infecções no intestino. O manjericão é conhecido como símbolo do amor e da coragem e tem associação de longa data com a bruxaria e a magia. O manjericão é um arbusto pequeno, muito ramificado e perfumado. Pode ser usado para acalmar o temperamento entre os amantes e em divinações com fins amorosos (por exemplo, coloque duas folhas frescas de manjericão em carvão ardente. Se elas permanecerem onde foram colocadas, queimarem rapidamente e virarem cinzas, o casamento será harmonioso. Se houver estalidos, a vida do casal será cheia de discussões e, casos as folhas voem para longe com estalidos fortes, o relacionamento não é aconselhável). Para saber se uma pessoa é promíscua, coloque uma folha de manjericão fresca em sua mão. Se ela murchar, já sabe... Ela também pode trazer riqueza para aqueles que o carregam em seus bolsos e é utilizado em estabelecimentos comerciais (na soleira da porta ou perto do caixa) para trazer fregueses.
Também é utilizado para que a pessoa se assegure de que o companheiro permaneça verdadeiro no relacionamento. Para isso, espalhe o pó de manjericão sobre o corpo da pessoa enquanto ela dorme, especialmente sobre o coração, e a fidelidade abençoará seu relacionamento.
Se for espalhado pelo chão, nenhum mal fica onde ele está. Pode ser utilizado para exorcismos e banhos de purificação. Afasta bodes e cabras, mas atrai escorpiões. Usado para invocar salamandras. Previne embriaguez.
Diz-se que as bruxas bebiam meia xícara de suco de manjericão antes de voarem. Para quem gosta de dietas: diz-se que se colocarmos secretamente um pedaço de manjericão debaixo de uma pessoa, ela não conseguirá comer nada. O manjericão dado como presente traz boa sorte para uma casa nova. Age como pacificador e integrador na família, daí ser chamado de erva da harmonia. Ele transmuta a energia agressiva, transformando-a em vontade e força para brigar por coisas mais importantes como metas e ideais. Ajuda a brigar pela vida e pelas coisas que nós queremos. É ótima para os desorganizados e indisciplinados. Ajuda-nos também a ver o brilho e o perfume da vida.
 Na alimentação, atua como energizante. Por ser muito delicado, deve ser usado na cozinha delicadamente. Coloque-o sempre por último nos alimentos cozidos para que ele não perca os princípios ativos. O manjericão, por ser um poderoso energizaste, deve entrar em toda a alimentação de uma casa. Experimente trocar o alho, que deflagra agressividade, pelo manjericão que traz suavidade. Também é ótimo para dar banho em crianças agressivas e que dormem mal. O escalda-pés de manjericão é ótimo para quem está agressivo, com raiva e pronto para explodir. Tira a raiva na hora. Já o chá de manjericão ajuda pessoas muito contidas a liberarem o amor. Bom para casos de confusão mental. Pode ser usado ainda como tintura ou vinagre, queimado no aromatiza dor. Galhos nos vasos funcionam bem. Utilize em banhos de limpeza, saúde e cura, fertilidade.
Serve para cessar violência, abençoar, acalmar, divinação, casamento, agradecimento, compreensão, entendimento, sabedoria e cura do meio ambiente. Protege contra todas as formas do mal e atrai boa sorte. Cultivar manjericão, eu um vaso ou em uma horta, traz paz e felicidade para a casa. Esmague uma folha e inale o cheiro: ajuda a clarear a mente e o caminho correto irá se revelar. Também é altamente associado a iniciações.

USO MEDICINAL
Indicações: Infecções da pele e vias respiratórias, rachaduras nos mamilos, bronquite, cólicas, febres, flatulência, insônia, problemas digestivos, reumatismo Propriedades: Analgésica, antitérmica, antisséptica, digestiva, expectorante. O Manjericão favorece aos que têm digestão difícil, gazes, azia, dores de cabeça em consequência de alimentação pesada ou inadequada. Facilita o funcionamento dos intestinos, é diurético. É bom para tosses, vômitos, mau hálito. Ajuda, junto com a Malva e a sálvia nas infecções de boca. Também é ótimo para cistite. O manjericão age como pacificador e integrador na família. Ele transmuta a nossa energia agressiva, transformando-a em vontade e força para brigar por coisas mais importantes como metas e ideais. Podemos abusar do manjericão como os italianos, usando-o em pizzas, pães, saladas e molhos. - Para os convalescentes, um suco de manjericão é o máximo: bata o manjericão no liquidificador com pouca água, coe o suco em coador fino e sirva com mel. - por ser muito delicado ele deve ser usado na cozinha com muito carinho. Coloque-o sempre por último nos alimentos cozidos para que ele não perca os princípios ativos. É uma boa fonte de vitamina E, B3, B6 e zinco, cálcio, vitamina A e B2 devido à presença do magnésio, o manjericão melhora a saúde do sistema cardiovascular, pois estimula os músculos e vasos sanguíneos a relaxar, melhorando o fluxo sanguíneo e reduzindo o risco de arritmias cardíacas. — Ele possui flavonoides, que protegem as estruturas celulares e os cromossomas contra a radiação e contra os efeitos dos radicais livres. O alimento também é anti-inflamatório, estimulante digestivo, calmante e previne problemas digestivos e infecções no intestino, contra gases. - O escalda pés de Manjericão é ótimo para quem está agressivo, com raiva e pronto para explodir. Tira a raiva na hora. - O chá de manjericão ajuda pessoas muito contidas a liberarem o amor. - Pode também ser colocado em vasos para evitar a entrada de energias negativas. - As compressas de manjericão (uma pasta pilada com as folhas) ajudam as mães que ficam com os seios doloridos ou com rachaduras depois da amamentação. - os gargarejos com manjericão são ótimos para dor de garganta, aftas ou mau hálito.

USO LITÚRGICO
Tem como principal característica litúrgica o poder de elevação espiritual por isso é muito utilizado em banhos. 


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ÀRÌDAN


ÀRÌDAN

Para muitos que entram para o culto tradicional em yorùbá e religiões afro Brasileiras, começam aprendem a terem um contato mais intimo com ervas, folhas, frutos, cascas, sementes e favas.
A fava de àrìdan ( Aridan, Alidan, Kiaka, Angulu, Munyegenye e etc...). Há de fato uma infinidade de nomes usados para esta fava.
A Fava consiste em um envólucro que protege as sementes e em algumas espécies são usadas ainda verdes como leguminosas em outros espera-se que amadureçam e sequem para serem trituradas ou delas serem retiradas suas sementes.
Esta fava é muito conhecida no Candomblé Brasil pois faz parte indispensável do Ritual iniciático de qualquer neófito.
Seu uso é exatamente no sentido da proteção que vai efetuar ao inicado quando misturada claro a outras no preparo do pó sagrado que também irá receber em cada vertente seu nome específico como (atín).
Estes pós vistos como sagrados dentro da cultura religiosa servem para criar um fechamento do corpo mediúnico colocando o então iniciado em estado de alteração necessária para seu estado de transe mediúnico com seu Òrìsà.

A fava de àrìdan termo (Yorùbá) no sudoeste da Nigéria também conhecida no Congo como, kiaka. Na África Central, provem de uma árvore robusta e perene de cerca de 30metros de altura, tem na cor um cinza / marrom, liso / casca áspera, A flor é amarela / rosa e branco, a fruta tem cor castanho escura, quatro frutos alados e é geralmente encontrada na floresta de várzea da África tropical.
O fruto é constituído por uma polpa carnosa, com pequenas sementes marrom/escuro. A fruta possui uma fragrância, caracteristicamente picante e odor aromático, o que é atribuído à sua propriedade repelente de insetos. É usado como especiarias e aroma (exóticos aromas tropicais). Também é útil no tratamento de convulsões, hanseníase, inflamação e dores reumatoide.
Nas atividades farmacológicas são encontrados no tratamento de várias doenças cardiovascular, neuromuscular, hipotensor, anticonvulsivantes, controle de esquistossomose, anti-ulcerosa, anti-inflamatório, hipoglicemiante, antimicrobiana. Esta planta tem sido explorada na formulação dos frutos secos em pó da planta. Assim, as ervas secas em pó foram formuladas em bases de sabão utilizando óleo de dendê, manteiga de karité e misturas das duas bases. Os sabonetes formulados foram avaliados para propriedades organolépticas e capacidade de formação de espuma. Sabonetes com a mistura das duas bases eram de melhor qualidade do que aqueles com a base individual. Incorporação de materiais vegetais em pó influenciou tanto a propriedade de formação de espuma e a dureza dos sabões.

Atividade Nutritiva
A qualidade nutricional dos frutos secos do àrìdan usado como tempero, foi avaliada. A casca do fruto, polpa e sementes continha quantidades variadas de nutrientes, como proteínas, lipídios e minerais, que são comparáveis e alguns foram até mesmo superiores especiarias populares, tais como pimentão, cebola, curry e gengibre. Na parte oriental da Nigéria, as frutas são usadas para preparar sopas para as mães a partir do primeiro dia da entrega para evitar a contração pós-parto. Ele é usado na preparação da sopa de pimenta em partes do sul da Nigéria. As frutas também contêm ácidos caféico e carboidratos.
A fava de àrìdan combinado com outras plantas psicoativas, como a noz-moscada, dandá, orogbo, obi, reduzidas a pó é usado para afastar maus fluidos, atrair forças benfazejas e em rituais de cura, no fechamento de corpo e na feitura de santo, por meio de cortes no peito, braço, costas, pés, testa e língua, onde é colocado o pó. Seria o atín agindo como cicatrizante.

ÌYÈYÉ



ÌYÈYÉ
Erva de propriedade de Oya Yánsàn e também erva utilizada no culto a ancestral. Esta erva é de grande valor nas várias obrigações.
Erva conhecida como jaborandi do rio, jaborandi falso, pimenta do mato, fruta de morcego e João brandi, cujas folhas tem óleo de sabor picante, com aroma semelhante ao da hortelã pimenta, sendo empregadas como sudoríficas e afrodisíacas; as raízes, folhas, inflorescências e ramos jovens são as partes utilizadas nas dores de garganta e dentes; os pequenos frutos são apreciados pelos morcegos.

ÌYÈYÉ é de grande aplicação nas várias obrigações. Na medicina popular adotou esta planta como essencial na lavagem dos cabelos, tornando-os sedosos e brilhantes. Tem grande eficácia nas pleurisias, nas bronquites e febres que tragam erupções. Usa-se o chá internamente.
Atualmente existe uma explosão desmedida desta espécie, sobretudo no norte do Brasil, onde se encontra atualmente em perigo de extinção. Estas folhas uma vez dessecadas devem ser utilizadas rapidamente, pois perdem sua atividade com o prolongado armazenamento. Primitivamente os nativos sul-americanos mastigavam as folhas deste arbusto para aumentar a salivação.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

ERÚ ÒDÚNDÚN



Existem diversas folhas com diversas finalidades e combinações, nomes e considerações dos nomes, fato que muito impressiona a quem as manipulam dentro de àse. Temos que ter muita consciência de como usá-las para que não sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos, quando colocamos o sumo da erva em contato com nosso corpo,  quando a colhemos.
Ewé, assunto este muito diversificado, muito delicado porque cada nação traz seu ritual, porém folha é para mesma finalidade, trazer energias boas e positivadas, tirar energias ruins e maléficas em muitos casos, trazer resposta de algo se é necessário para o individuo que a usa.

Que Òssányìn ouça sempre nossas Aduras (Rezas)

Folha da fortuna, fortuna, folha grossa, milagre de são Joaquim, folha da costa, saião.

Pertencentes a Ìfá, Òsààlà e Yemonjá

Elementos: Água/feminino/eró

Na tradição africana esta folha pertença aos Òrìsàs funfun. Em Ilê-Ifé, terra de Ìfá, em território yorùbá elas são usadas nas cerimônias para Òbàtálá e Yemonjá, após os sacrifícios, as imagens desses Òrìsàs são lavadas com uma mistura de folhas, sendo uma delas ;

Ábámo, em dialeto yorùbá significa "o que você deseja você faz"; todavia, quando chamada de  erú òdúndún (escravo de odundun), é considerada como folha subordinada e afim, que pode eventualmente substituir o òdúndún.

No Brasil, alguns zeladores de santo consideram que a folha da fortuna pertence à Sòngó.
Uma característica dessa planta é o surgimento de muitos brotos nas bordas das folhas, fato associado à prosperidade; por isso sua utilização é frequente nos banhos purificatórios, lavagem dos búzios e para que Èsú lhe traga prosperidade em abundancia.
Na medicina caseira, a folha da fortuna funciona como um xarope diurético e sedativo. Combate a nevralgias, dores de dente, coqueluche e afecções das vias respiratória e ainda, utilizada externamente contra doenças de pele, feridas, furúnculos, úlceras e dermatoses em geral. 

Èrò - Tranquilidade
Ofó – Palavras de poder

Elésò mèsò o temi. 
Èsò èsò n 'ó fi gbalè yií lówó won. 
Jémoníhò ó ní kí ejé mi níhòo. 
Dúndún ni ti òdúndún.
Tútú ni ti tètè. 
Eròwòò ni ti wòòròwó.
Ero ni ti ikúpèrò.

Folha dona da suavidade traga-me suavidade.
Suavemente, suavemente vou lhes tomar a terra. ( responda sim )
Òdúndún
é sempre calma.
Tètè  é  sempre  fresca..
Wòòròwó é sempre fresca e calma.
 Ikúpèrò é sempre fresca e calma.

ÀGBÀDÓ


Consagrado não só ao Òrìsà da caça (Odé), mas também estão ligadas ao culto de Òbàtálá e Ògún.

História
O milho constituiu o cereal mais importante da América devido à importância dos amidos na alimentação e a indústria. Tem-se encontrado restos fósseis do pólen de milho que datam de 6.000 - 6.500 anos de antiguidade comprovado pelo carbono 14. Na América começaram a cultivar a partir do século XV, existindo algumas referências de seu conhecimento pelos astecas. Os nativos peruanos extraíam desta planta alcaloides os quais eram utilizados em cerimoniais religiosos. Cristóvão Colombo levou em 1502 amostras deste cereal para a Espanha, e dali ganhou uma rápida expansão até ao sul da Europa, norte de África e Oeste de Ásia. A partir de sua chegada à América do Norte, se expande finalmente à China durante o século XVI.

Uso Ritualístico:
Pertencem aos Òrìsàs, Ògún, Osoosí, Sòngó, Yemonjá e Òbàtálá.
As sementes são de uso básico no culto, seja na culinária dos Òrìsàs, seja na alimentação cotidiana da comunidade.

Àgbàdó Funfun ,milho branco é empregado no preparo do àkàsa (manjar envolvido em folha de bananeira) e ebô (milho cozido) para Òbàtálá, Yemonjá e outros Òrìsàs.

Àgbàdó Pupa ,milho vermelho serve para fazer o àkàsa vermelho (para Èsú e Ògún), o Axoxó (milho cosido) para Osoosí, Lógunede e Ògún, o Adun (comida de Òsún) feita com milho torrado e moído e também o aluá, bebida favorita de Sòngó, fermentada feita com farinha de milho de origem africana.

A planta toda é atribuída a Osoosí, e as folhas são usadas em defumação para atrair prosperidade e fartura. A água do milho branco cozido é utilizada em banho calmante. Os grãos são utilizados nos àses, no preparo de varias iguarias que são ofertadas aos òrìsàs. O Àgbàdó, é um Vegetal gún, utilizado para atrair prosperidade e boa sorte.
Elementos: Terra/Masculino.

Uso em Ìfá; “As folhas (ewe àgbàdo) são usadas em um trabalho para trazer boa sorte (àwúre oríre) que se classifica no odú ìwòrì òfún, também chamado ìwòrì àgbàdo” e em trabalho para se obter favores das feiticeiras (àjé) do odù Èjìogbè em receita para tratar vômito e diarreia.

Odidi àgbàdo, espiga de milho inteira é usada em uma receita para ajudar a mulher a ter um bom parto (awebí) classificada no odu que trata do nascimento de crianças.

Pòpórò àgbàdo, sabugo do milho é usado em trabalho para sair vitorioso de uma luta (ìsegun ìjàkadi), classificado também em outro odù.

Háríhá ,a palha que envolve a espiga de milho é usada em uma receita para ajudar a mulher grávida a sentir o corpo leve .

O cabelo de milho é utilizado em “trabalho para conseguir proteção”. A aplicação na medicina caseira está no cabelo. Ele também é utilizado como um fito fármaco que auxilia nas doenças dos rins, tendo efeito diurético e ajudando a baixar a pressão arterial.

Àgbàdo súnsun, os grãos de milho torrados são usados em trabalhos para fazer um processo judicial cair no esquecimento.

Sassanha (Louvores às folhas)
Kini àgbàdo á mú bó? Igba omo.
Kini àgbàdo á mú bó? Igba asó.
Orí’re ni ti àgbàdo.
Àgbàdo rin hòhò l’óko.
O kó ‘re bó wá ‘lé.
Orí’re ni ti àgbàdo

O que o milho está trazendo de volta? Duzentas crianças.
O que o milho está trazendo de volta? Duzentas roupas.
O milho traz boa sorte.
O milho vai para o campo;
E retorna para casa com boa sorte.
O milho traz boa sorte.

Nasce das espigas ao fruto e às sementes do milho. As espigas são ligadas a Deusa Oya Yánsàn. A espiga usada como Yteque (amuleto), dependura na porta da cozinha ou copa, sem que lhe retire a palha, fazendo-se uma alça de palha que capeia a espiga e deixando-se a metade, no sentido do comprimento, descoberta, ficando os grãos à vista. É um modo de atrair fartura de alimentos.

Obs.: Quando estiver secando, trocar por outra verdinha. Na medicina caseira é usado como diurético e para cálculos renais (toma-se o chá)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Como Detectar um Filho de Sòngó


Os filhos de Sòngó nascem para ser grandes vencedores na vida. Por mais que passem pelas mais graves humilhações, tenham de superar complicados obstáculos, sempre terão seu nome entre as pessoas que venceram por seus talentos e fizeram história. Audaciosos e justiceiros, não aceitam o destino como uma ilha isolada e sem saída, correm atrás do que acreditam ser certo, mesmo quando isso não vá mexer em nada com suas vidas e sim ajudar alguém em especial.
  São grandes exemplos para aqueles que se deixam abater por qualquer coisa. A fortaleza dos regidos por Sòngó vem da crença que possuem em si mesmos. 
Por serem extrovertidos e carismáticos, acabam chamando a atenção de muitos e despertando o ciúme do parceiro e a coisa que não toleram é serem cobrados. Preferem ficar só.
 Quando o assunto é trabalho, são tidos como uma pessoa difícil de lidar. Tem tudo para se destacar em suas profissões como administração, contabilidade, direito ou comércio, de preferência que mexa com a vida noturna da cidade em que vive. O gênio autoritário faz com que sejam odiados por muitos. Não aceitam outra opinião que não seja a deles, a não ser que a argumentação seja forte. Por falar a verdade, por falar tudo o que pensam doa a quem doer. Costumam criar inimigos de graça. Às vezes, perdem o emprego por não saber controlar a língua. 
 Com a idade, aprendem que há hora para tudo e que nem sempre tem razão, por mais que sua idéia seja boa. Por terem a posição tensa de um guerreiro que jamais deve cair, vivem com os nervos à flor da pele. Não é difícil ter problemas de coração e do sistema nervoso, costumam ser hipertensos e sofrer com nevralgias e tensão. Doenças ocasionadas pela vida austera que levam, pois são autoritários, severos, justiceiros, egocêntricos e mandões. Possuem uma tendência a violência, temperamento quente, pavio curto. São muito benevolentes e solidários, mas devem ter cuidado para não aborrecê-los, pois sua ira é incontrolável. 
  Possuem um bom senso de justiça, não gostam de ver seus amigos injustiçados, compram logo a briga e resolvem logo, mesmo que seja com a força física, pois perdem o controle diante de contrariedades. Para diminuir os riscos de cair numa cama, precisam buscar uma vida mais saudável e principalmente colocar para fora seus sentimentos mais humanos como medo, saudade, dor, carência, etc.
  Os filhos de Sòngó são reconhecidos rapidamente, pois gostam de muitas badalações, de festas onde haja muita comida, pois possuem fama de comilões e esteticamente possuem corpo forte, com tendência a obesidade, normalmente são baixinhos e possuem olhar expressivo.
A quizila dos filhos de Sòngó em especial é não comer quiabo e não comer camarão sem tirar a calda e os espetos da cabeça do camarão, senão poderão trazer sérios problemas para essas pessoas.


ISEFÁ , ÌTÉFÁ , SAPÉLÉ


RITUAL DE INICIAÇÃO EM IFÁ.
Primeiro o candidato será apresentado ao sacerdote, que jogará então o Opele-Ìfá, e através dele terá a visão plena das condições necessárias para que este Orí possa receber esta iniciação. Jamais esta avaliação será feita através do jogo de búzios como é de costume aqui no Brasil. Uma vez aceito, esta preparação será feita com um mês de antecedência, quando então o sacerdote irá para a floresta sagrada à procura das sementes também sagradas, o Ikin, e então passadas por rituais que somente os Bàbáláwò podem executar. Estas sementes são dotadas de três ou mais olhos (3.º olho,Iwa Yi, o olho do caráter), e serão escolhidas para cada pessoa de acordo com os Odú que caíram durante o jogo, não podemos esquecer que Ìfá traduz a sua individualidade. Durante o ritual iniciático, enquanto estão sendo batidas as sementes de ikin, o sacerdote estará recitando os versos (Itan) dos 16 Odús principais, mais Odú-Ìfá Oseturá, que representa a criação da diversidade no Universo, e assim a visão dos inúmeros caminhos traduzidos pelos Odús, dando a Òrúnmìlà o nome de Eleripin (A Semente da Criação). Estas sementes rezadas individualmente será o Ibá-Ikin-Ìfá, elemento que fará a ligação de seu Elédà com sua origem Divina o qual estará relacionado aos primeiros 16 Odú, os Órìsàprimordiais, e a multiplicação destes. A sua matriz de origem estará sendo invocada para dar sentido a sua vida aqui na terra.

Èsú-Ìfá

A ilusão nos causa impressões de que algo visto de perto pareçam simétricas, e quando vistas à distancia terão um novo foco, assim vice e verça. Partindo deste princípio tudo depende do modo como se "olha", assim a justiça, ou a injustiça, o bem e o mau, assim como é importante as pessoas terem em conta que muitas vezes aquilo que lhes faz bem hoje, com o tempo pode não ser, da mesma forma que aquilo que hoje é ruim, amanhã poderá ser muito bom. Para a cultura Yorùbá, Èsù é o justiçeiro Divino, aquele que olha tudo, que leva a Olódùnmarè os anseios do homem e o trás de volta em forma de benefício, Àse ou não.
Tudo o que existe tem sua polaridade, e Èsú será aquele que nos dará a pista de qual o caminho tomar, ele traduz a linguagem densa de nossa crosta terrestre para chegar no divino, gerando caminhos (Odú), portanto ele é a primeira semente geradora. Quando você conversa com a natureza e isto lhe trás benefício é Èsú que traduziu o seu código mental para a energia pura, trazendo de volta em forma de prazer interior.
Se o Ikin-Ìfá é a mente, para cada inciciado será então plantado um Èsú, pois ele é quem vai transformar os desejos interiores no seu mundo paupável, a mente é a razão, e Èsú o gerador, aquele que faz conceber, nascer, criar e tornar possível os frutos desta razão. Ele será plantado em uma pedra na qual os sacerdotes invocarão um espírito, e daí por diante você deverá criar uma afinidade de tal forma que tudo o que faça possa com ele dialogar, em todos os momentos, todos os dias e horas, se não fisicamente, mentalmente, criar uma simbiose. Forças são energias vivas que não podem ficar paradas, se você não tem este contato, com o tempo se vão, e aí você perderá novamente este elo de ligação, e só lhe restará uma pedra. Ikin-Ìfá e Èsú-Ìfá Por conclusão, quando o iniciado recebe estes elementos sagrados o seu equilíbrio espiritual será completo, representando a unidade entre aquilo que se pensa e aquilo que se faz. Aquele que vive somente dentro da razão concentra na parte central do seu corpo esta energia, e viverá sempre tenso, dores de cabeça, mau humorado, é um ser nervoso. Quando ao contrário a pessoa se agita muito mais do que faz, serão aqueles que não sabem nem o que fazem, nem para onde ir, e vivem se debatendo de um lado para o outro sem sentido ou objetivos. O equilibrio está em pensar, e fazer. O Orí cria objetivos, os pés correrão o mundo, e as mãos farão o que precisa. A manutenção deste enorme bem recebido terá que ser cumprido, sob muitas formas: Ao se levantar de manhã, em jejum sem falar com ninguém deverá orar para eles. Todas as sextas-feiras fará sua oferanda da semana. A cada 30 dias, sua oferenda de mês. E a cada ano será feita festa em sua homenagem. Todos os preceitos, oferendas ou qualquer coisa que fará sempre será sob a orientação de um Bàbáláwò, nenhum outro grau hierarquico dentro de nossa religião está apto para dar orientação sob a conduta e procedimento para os filhos de Ìfá. É bom que se diga que na África, Bàbáláwò não são possuidos pelos Eleguns, e este um título é usado no Brasil indiscriminadamente por pessoas que não conhecem a profundidade de seus reais fundamentos.

Isefá

Se for traduzir ao pé da letra , significa : ( Força de Ìfá ) O Isefá é a porta de entrada para o Culto de Ìfá e consiste num momento muito especial que separa a condição de admiradora de uma pessoa para torná-la uma seguidora de Ìfá. Muito simples e eficiente, como convém tudo que diz respeito a Ìfá, a iniciação é realizada por um bàbáláwò, geralmente acompanhado da Iyapetebi e demais colegas bàbáláwòs, familiares e convidados do Egbe e dos iniciantes. Pode-se realizar este ritual apenas com a presença do bàbáláwò e o noviço. Dependendo do número de iniciantes. Nela é feita invocação das folhas no orí (cabeça) do iniciante, seguido pela lavagem dos Ikins Ìfá (caroços encontrados no coquinho do dendezeiro), seguido por sacrifício de um animal prescrito por Ìfá/Òrúnmìlà e oferecimento de uma pequena recepção para comemorar a transformação do iniciante em Omo Ìfá (filho de Ìfá). Ao final do evento, o Omo Ìfá retorna para sua residência com o pote de Ìfá e inicia sua jornada de zelador de Ìfá/Òrúnmìlà, na condição de “noviciado”.
Isefá normalmente muitas pessoas procuram para ter mais conhecimento sobre a vida e seu pessoal, sendo que o novo iniciado consegue aprender com seu Bàbáláwò a controlar seu caráter, ter mais paciência, saber ver mais o certo e o errado, saber se defender e principalmente, organizar de uma maneira mais fácil sua vida.

Ìtéfá

O Ìtéfá é um ritual mais complexo, pois o Omo Ìfá faz seus votos perpétuos a Ìfá/Òrúnmìlà e torna-se um Bàbáláwò, no caso dos homens, e Iyanifá, no caso das mulheres. Também realizado por um ou vários Bàbáláwòs e Iyànifás, sua duração é mais longa e o processo mais detalhado, sendo revelados muitos awos (segredos) do iniciado e da estrutura cósmica da existência, para entendimento e orientação do novo sacerdote. Por tudo isso, o Ìtéfá é mais sigiloso e quase tudo que nele acontece permanece segredado para os que dele participaram.

Sapélé

Consiste num ritual de recebimento dos fundamentos do opelé e dos odus direcionados a todos que tenham participado do Ìtéfá. Também é muito rápido e, em linhas gerais, consiste em tomar ciência dos símbolos sagrados dos odús e seus significados, seguido pela ingestão de elementos cerimoniais que ajudam a fixar o aprendizado, crescimento e florescimento respeitoso dos odus e seus significados no “interior” do Omo Ìfá. Sua grandeza se estenderá por toda a existência do Omo Ìfá, sendo-lhe interditado o “uso do bem para fazer o mal e do mal para fazer o bem”, ou seja, a partir deste instante ele será um mero instrumento de revelação a favor da sabedoria de Ìfá, devendo sempre obediência a Ele e procurando sempre a forma mais exata para traduzir em palavras e atitudes o que o oráculo prescreve como conduta necessária aos homens, aos governos, às nações e à Terra.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

FUNFUN , PUPA & DUDU


Os yorùbás adotam uma gama de cores e formas nos objetos sacros e rituais, bem como nos seus colares de contas e na vida cotidiana. Nessa cultura as cores estão agrupadas por grupos de acordo com os temperamentos humanos. A visão das cores evoca uma reação cognitiva assim como de sensações. A cor para os yorùbás faz com que a ação aconteça. Pintar para os deuses significa explorar o simbolismo da cor conforme o temperamento e as características dos Òrìsàs. As qualidades das cores com as quais se decoram as paredes dos oratórios e templos representam um meio afetivo de veneração e culto para os deuses ancestrais. As cores empregadas tanto nos murais quanto nas figuras entalhadas, constituem uma forma de analisar e de interpretar outros objetos da arte africana.

Os yorùbás classificam as cores em três grupos chamados de funfun, pupa e dudu.

Cada qual representa um temperamento e uma temperatura. Funfun abrange a paleta dos brancos, pratas, cinzas claros e cromados.  Evoca frio e calma. Essas cores estão associadas com a maturidade e a sabedoria.

Pupa abrange a paleta dos vermelhos, rosas, laranja e ocres. Evoca calor e emoção. Essas cores estão relacionadas com Ògún, o deus do ferro e por isso associadas com sangue, ferro em brasa, e com o calor das batalhas.

Dudu situa-se entre funfun e pupa , representando os temperamentos e temperaturas entre elas. Inclui os tons escuros e cores frias em geral, abrangendo a paleta do preto, dos azuis, índigos, roxos, marrons escuros, verdes, vermelho-escuros e dos cinza escuros. A combinação dessas cores também guarda uma variedade de significados.

 Funfun = branco = cores e temperamentos frios
 Pupa = vermelho = cores e temperamentos inflamados
 Dudu = preto = cores e temperamentos da terra.

Funfun, pupa e dudu estão ligadas à poderosa medicina curandeira e podem tanto sanar e proteger quanto atacar.
Como exemplo, o calor de pupa pode "queimar".

Na geologia Yorùbá usam-se os termos Bole Pupa para o solo argiloso de cor vermelha e Bole Funfun para o solo claro e arenoso.


Quando se pronuncia o nome de IYA MI OSORONGA, quem estiver sentado deve-se levantar, quem estiver de pé fará uma reverência, pois se trata do culto mais poderoso de todos.
Tem 3 tipos de Aje: Dudu, Pupa e Funfun
Todos podem fazer o bem e fazer melhor o mal.

 Iyami não pode ser desafiada, não perdoa rebeldia, traição e promessa não comprida.
Poderão castigar o neto por causa da avó.
Poderão bloquear seu ebo para que não seja aceito por falta da sua fé;
Poderão causar doenças graves nas altas horas, se por ventura você atravessar o caminho delas;
Poderão também curar as doenças, avisar sobre inimigos e proteger as pessoas de males.